Jul 22

Do défice, das descontas, das prisas, no mais do mesmo que nos enreda

Receitas do Estado caíram não sei quanto em três meses… Como dizia Armindo Monteiro, a história de Portugal é a história do défice. Só que a história da democracia é a história do imposto, como proclamava Maurice Duverger. Resta saber quando é que os impostos voltam a ser as democráticas contribuições, esse nome liberal da herança absolutista. Quando o Estado deixar de ser um ele e passar a ser um nós. Quem se fia na virgem de uma qualquer UE e não correr, pode acabar em trapalhadas das finanças da ditadura, à Sinel de Cordes. Prefiro o exemplo Álvaro de Castro e Armando Marques Guedes e, por isso, quero que o ministro das contas não seja ajudante de qualquer coveiro do regime, até para que não chegue a ilusão de um qualquer dom Sebastião contabilista, que nos peça um cheque em branco… Os parlamentos medievais surgiram quando os reis precisaram do consentimento dos povos para o lançamento de impostos. Assim foi o nosso que, nos domínios do poder tributário, até precedeu o inglês. Por cá, os povos ainda não restauraram os seus foros e costumes neste campo. O terreiro do paço ainda é herdeiro da ditadura das finanças.