Jul 29

Postal bem “light”, antes da abertura da caça aos abstencionistas

Nenhum programa de candidatura autárquica diz que o programa de reforma de Lisboa é inviável com estas regras do jogo impostas pelos governos e parlamentos, onde a super-estrutura das candidaturas está neofeudalmente espartilhada pelos micropoderes da partidocracia e das forças vivas patobravistas. Nenhum quer ruptura e vão cabar por falir Lisboa, quando esta cabeça do reino é bem mais do que os Açores ou do que a Madeira que, felizmente, já se libertaram do jugo colonial dos capitaleiros…O principal adversário de Lisboa, esta cidade feita por subscrição nacional (Augusto de Castro), é o estadão governamentalista. Nem repara que a cidade é, hoje, uma das zonas mais socialmente degradadas do país. Os autarcas deveriam ser vozes tribunícias desta revolta, copiando as reivindicações dos líderes das regiões autónomas…Mas foi tudo imagem, com medo da sondagem e sacanagem à mistura. Qualquer analista de estratégia e desenvolvimento manda que nos adaptemos a modelos já praticados em Madrid, Paris e todas as cidades capitais da dimensão de Lisboa. Até poderíamos reparar que Alexandre Herculano chegou a ser presidente de Belém-Ajuda para a criação de um pólo de desenvolvimento industrial da cidade no século XIX… O município de Lisboa é grande demais para podermos ser vizinhos em cidadania de participação (deveria desdobrar-se em pequenas autarquias, bem maiores do que o Castelo e bem menores do que os Olivais). Mas é ao mesmo tempo pequeno demais para os grandes problemas que são da área metropolitana. Deveríamos estar a eleger um paralamento regional e não autarquinhas. A democracia, por causa das secções locais da partidocracia dominante, não quer desfazer o mapa da pesada herança do autoritarismo do Código de Costa Cabral e Marcello Caetano. Nem sequer volta ao velho Senado, intermunicipal, que resistiu às cunhas  do Marquês de Pombal. Lisboa deste camaralismo precisava de uma lei especial que a voltasse a configuarar como cabeça do reino. O que temos ainda é um pronto-a-vestir quase igual a Freixo-de-Espada-à-Cinta, configurado pelos administrativistas do velho ministério do interior…