Queiroz regressa e diz que não se demite, porque pode usar a “golden share” da cláusula indemnizatória. Há outros que mesmo antes de serem demitidos continuam a marcar golos na própria baliza, mas com outras cláusulas que servem de pretexto ao Madaíl para encanar a perna à rã…
Diz o DN que o número dois de Pinto Monteiro já atingiu a idade da reforma. E que a Lei que lhe permitirá manter-se no cargo ainda não foi aprovada. Não dizem de muitos outros nas mesmas circunstâncias com muitas outras leis especiais. Todos os anos fazem setenta anos, mas ninguém lhes diz a verdade…
A gerontocracia dominante, com os seus ausentes-presentes em conspiração permanente de avós e netos, transformam-nos em anedótico regime de viagra verde-vermelho, só explicável pela acumulação de reformas, aposentações e leis especiais para quem gosta de carro preto com motorista, secretária de pau preto e secretária de carne com teclas…
Nosso Portugalório, com a tradicional doença da hiper-identidade (Eduardo Lourenço dixit), quando entra em crise e reconhece o permanecente da decadência, logo procura, na noite dos séculos, a causa da coisa e entra em sucessivas disputas pouco conimbricenses sobre a genealogia de quem nos fez deixar de ser…
Há os que discutem o regicídio: só a tiro, dizem aqueles a quem falta a esperança dos desesperados e nos lixaram, com o rei sublimado em Sidónio e João Franco “travestido” de Salazar. Por mim, que desembarcaria no Mindelo, prefiro um Viva D. Maria II, que se houvesse ginecologia cuidada, ainda poderia estar viva em 1910…
Porque Salazar, que nos engessou a perna partida do défice, manteve as talas por décadas quando a perna já estava curada (Agostinho da Silva dixit). Ainda por cima, porque detestava correntes de ar, optou por nos fechar as janelas e as portas à livre circulação.
Até chegam a D. António, que era prior, mas não patriarca, não foi contra os castelhanos, foi contra o filho daquele belga, casado com uma portuguesa, que acumulava coroas de quase tudo o que havia de ser CEE. Caiu na rasteira dos franceses e, não seguindo o conselho do comandante do porto de Setúbal, avoengo de D. Luís da Cunha, cometeu a patetice de não se instalar no Brasil…
A culpa é mesmo de D. António que fugiu para Paris, tal como o último rei para a protecção britânica. Só a italiana avó deste último, a quem chamavam louca, é que protestou… porque esta, se fosse para a Rotunda, até o Machado Santos lhe obedeceria!
Sou por D. Maria Pia que quando foi a Roma com o filho Carlos, até teve uma recusa do papa quanto a uma recepção? Ela não era descendente daquele a quem chamaram VERDI (viva el-rei de Itália)? E Bragança com Sabóia deu Carlos…que o Herédia, por engano, desfez na esquina… Também acabou na Leva da Morte, ao descer para o Cais do Sodré…
Foi esse avô tirano que nos deus filhos de feitio oposto, do pai Mário dos desperdícios bochechais do distributivismo, aos tios ginasticados que continuaram o forrobodó, consertando as cercas e alcatroando os caminhos. Agora, os netos têm de pagar as dívidas e já não têm horta que lhes dê víveres…
O que é bom para a PT seria bom para o Estadão se por cá houvesse Pentágono. Quem não tem poderes, caça com pegas de cernelha, porque rabejadores sem pega de caras dá raia…
A voz da “City”, o “Finantial Times” fala em “estupidez colonial” a este uso da “golden share”. Se o ferro matasse o bicho, ainda valeria a pena cantar o “contra os bretões, marchar, marchar”… Prefiro reler o Tratado dito de Lisboa e reparar em quem diz “a Europa será federal, ou não será…”
No “El País”, a mesma coisa é qualificada como “arbitrariedade provinciana”. Concordo com a padeira de Aljubarrota, mas se a pá os levasse mesmo. Sempre prefiro o Caramuru…
De Sousa foi ao lançamento do livro daquela que nomeou para sucessora de Machete na gestão de fundos do amigo americano. A Alçada ficou com as orelhas a arder, quando o primeiro definiu coragem como não ceder às corporações. Isto é, à FENPROF, depois da audiência que a mesma teve em Belém. Soares lá foi, lançar novo barquito de papel…