Não sou optimista nem pessimista, sou determinado. Mestre Jean Monnet o tinha como lema..
Por cá e agora, a lenga longa deste quintal de monocultura politiqueira, com os habituais capatazes do negócio do betão e das chouriçadas saídas das fábricas de sôtores, a que continuam a chamar universidades…
O mal deste país é a mania das grandezas que não nos deixam comparar com coisas do nosso tamanho. Continuamos, muito esquizofrenicamente, a querer acabar com o capitalismo global e a construir agências de “rating” alternativas…
Sócrates e Cavaco não existem. Vivem no inferno das boas intenções… Um dia dizem que a situação é insustentável. No dia seguinte querem dar-nos uma injecção de confiança. Mas nunca acerta na veia.
Um dia fazem orçamento. Noutro, revogam-nos com o PEC 1. Logo a seguir dançam o tango. E vão para o PEC 2. Mas depois de uam viagem a Bruxelas, logo passam para o 3. Perderam os papéis da rota. Avariaram o GPS. Agora navegam à vista de costa…
O homem do leme tem o aparelho escangalhado. Roubaram os mapas. O nevoeiro não deixa ver os astros. O GPS avariou que não pagámos a mensalidade. O barco já não é navio e ainda não é jangada de pedra. Está quase em “out of control”…
Estivemos adiados por três eleições num ano. Ficou tudo pior. Agora estamos adiados por uma recandidatura. Não ficaremos melhor. Valia mais um contrato social refundador do regime, contra o sistema. Onde o máximo de apoio da aritmética parlamentar (CDS, PS, PSD, PCP) acrescesse ao apoio da geometria social, mesmo que o governo fosse minoritário, mas que cumprisse o pacto.
Desadiemos Portugal, saiamos do círculo vicioso politiqueiro, mas sem hipocrisia. Os problemas económicos apenas se resolvem com medidas económicas, mas não apenas com medidas económicas. Devem subordinar-se a uma política que seja pilotagem do futuro. Que seja mesmo política.
Primeiro, a vontade de sermos independentes. Aqui e agora. Gerindo dependências e navegando na interdependência. Submeter-nos para sobreviver. Ter um sonho para lutar. Porque só quem luta consegue ir além do sobreviver. Para viver.
Nunca reduzir-nos ao presente paralelograma de forças bancoburocráticas e eurocráticas. Quebrar a teia de Penélope. Em tempo de circunstâncias extraordinárias, decisões extraordinárias, sem estado de sítio nem pais tiranos, mesmo que sejam iluminados déspotas…
Governo presidencialista ou de iniciativa presidencial precisava de Constituição do tempo de Eanes. O PS de Soares e o PSD de Sá Carneiro revogaram esse preceito. Agora só para Proença de Carvalho nos fazer esquecer que foi ministro da propaganda de um governo presidencialista, como lhe chamou Sá Carneiro num comício, antes de o derrubar.
Algumas letras da Constituição estão a ofuscar-nos o espírito da democracia que é o princípio básico da Constituição. E a letra pode matar o espírito. O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos… disse um tal de Siracusa, antes de Colombo pôr o ovo de pé. Basta um furo na casca…
Parabéns, João Bosco Mota Amaral! É bom recordar o futuro. No princípio era o homem, não era o Estado… (Maritain o disse, aprendi-o com Lucas Pires).
Não há jornal da sexta, mas ainda há notícias, mesmo sobre magistrados do MP. Não são apenas os encartes pagos de um jornal londrino com entrevistas ao nosso primeiro. Pagos por empresas públicas, empresas de regime ou empresas contratadas pelo principado vigente…Só falta o SNI…
A aritmética parlamentar pode não coincidir com a geometria política. E quando se usa e abusa da partidocracia das enferrujadas canalizações representativas, o país da realidade pode afastar-se deste país nominal. Estamos mesmo à beira de uma necessidade de refrescamento da legitimidade. Precisamos de mais legitimidade de exercício e não deste abuso da legitimidade de título…