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Debate quinzenal na nossa casa da democracia: foi 31 de boca contra 31 de boca, para glosar Silva Pereira… Pena faltar o discurso da palavra posta em razão (“logos” em grego). Mais um dos palcos desta campanha eleitoral permanente para efeitos sondajocráticos e de sessão de esclarecimento para as directas do PS…
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E o PSD com tantos ex-líderes como treinadores de bancada quase parece um clube de ausentes-presentes, os que não jogam mas não saem de cima de todas as jogadas, como Marcelo Rebelo de Sousa, Marques Mendes, Pedro Santana Lopes e Luís Filipe Menezes, a que se vai juntar Jardim e onde não vão faltar outros Zandingas, como diria Durão….
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Até as principais notícias da informação portuguesa são as de transferências de jogadores nos grandes órgãos de informação, naquilo a que se costuma chamar é poca do defeso, onde pouco interessam as cores da camisola, desde que saibam cativar desempregados políticos, à boa maneira dos velhos diários oficiosos dos antigos regimes e dos seus protectorados das forças vivas.
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Entretanto os juros da dívida estabilizam o seu curso ascendente no normal anormal que todos os nossos truques e falsos consensos nacionais já não conseguem colmatar nem com o lastro dos sacrifícios.
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Entre profetas da desgraça, os que pensam que isto é 1926 ou 1910, e o nacional-porreirismo, assim se vai degradando o situacionismo. Apesar de estarmos à beira do abismo, não conseguimos as tradicionais mobilizações que nos deram as legitimidades pós-revolucionárias de um rotativismo mais ou menos devorista que nos dava facturações….
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Há um longo interregno de decadência, onde os excessos de acomodação da cobardia geram o voluntarismo do principado governativo, apesar de alguns ainda invocarem um presidente que não quer nem pode sidonizar o regime…
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Foi mais uma vez Sócrates contra a Eloísa dos Verdes, tal como antes, a Passos Coelho, respondeu o ministro da presidência. Coitado, o Pedro foi excluído das listas pela antiga líder e actual deputada, e, involuntariamente, contribui para colocar a sede do poder fora do parlamento.
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O PS, em excesso de principado unificacionista, embora menos esclarecido, tem de gramar a escolha que os marechais do rotativismo fizeram numa jantarada na Curia, pensando que o Zé apenas seria um líder de transição para a travessia do deserto. Enganaram-se, não sabiam que ele operaria uma espécie de cavaquização eucaliptal da instituição outrora pluralista.
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O PSD, apesar de caminhar na via cavaquista, tem o barco pesado demais, com tanto marechal sem adequado senado, não podendo jogar flexivelmente com os velhos recursos autárquicos e regionalistas, nem consegue federar os muitos “clusters” de descontentamento existentes na dita sociedade civil…
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Para o PSD, de pouco valerá a reedição de estados gerais, ao ritmo das comissões de honra, ad hoc, das candidaturas presidenciais. Porque ainda não encontrou suficientes dissidentes da esquerda, principalmente do PS, que queiram fazer o papel dos reformadores, como no tempo da AD de Sá Carneiro.
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O velho e novo patronato não aposta no liberalismo a retalho, em época de potencial descida do FMI ou de outro fundo europeu. Faltam “opinion makers” com o ritmo de Miguel Relvas. Não há uma vaga de fundo de apoio à alternativa na opinião independente. E nem sequer é suficientemente democrata-cristão para convencer o altar. Muito menos os corporativismos à solta. Um choque de coragem, precisa-se!
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Os grandes partidos continuam simples máquinas de conquista e manutenção do poder. Não sabem, ou não conseguem, exercer as funções de mobilização política e de comunicação política. E estão sitiados pelo indiferentismo e pelos processos de compra do poder, ou corrupção. Confundem a mobilização com as campanhas eleitorais e a comunicação com a propaganda.
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A presente decadência, já patente, pode levar a uma crise de regime. Isto é, a uma má relação da sociedade com um determinado sistema de valores e que lhe dava legitimidade. Por outras palavras, mesmo sem magnicídios, podemos caminhar para um republiquicídio.
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Podem não suceder dramatismos de opereta, das bancarrotas aos golpes de Estado, incluindo os provocados por uma explosão social, sendo bem mais previsível a tradicional antecipação das derrotas, onde os detentores do poder máximo invoquem o tabu nunca desfeito, o pântano nunca esclarecido, ou uma ascensão ao Olimpo supra-estadual, para não terem que aturar os bárbaros.
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O nosso deserto continua a ser a sociedade civil e a opinião livre. Até a revolução de 1974 foi hierárquica, com majores arvorados em generais para que a pirâmide estadual continuasse, em movimento de revolução “vinda de cima para baixo”. Até o processo revolucionário que esteve em curso foi uma espécie de subversão a partir do aparelho de poder, como o descreveu Sottomayor Cardia…