Nestes reinos da quotidiana, horária e semi-horária hiperinformação, onde todos somos agentes da Judiciária ou treinadores de sofá, também todos pudemos assistir, em directo, à verdadeira “mentira” do fora de jogo de um esboço de murro que talvez tenha apenas arranhado “um pouquito” quem queria agredir o “menino”. Por outras palavras, o senhor Felipão, talvez em homenagem à visita do Dalai Lama, caiu na esparrela de responder a uma eventual provocação e abandonou a sua posição de autoridade, para entrar nos terrenos movediços do poder do murro, isto é, deixou de ser o “mister”, o “professor”, o “coacher” e encenou uma imagem de agressor que agora ocupa todas as parangonas. A rapidez com que se passa de bestial a besta, ou de engraxado a punido, é facilmente demonstrada pela ligeireza com que agora se analisam as vulutas cerebrais de um qualquer mediático exótico que nos tenha visitado, neste ambiente de “voyeurismo”. Como já escrevi há uns anos, tanto não tenho jeito para Sancho Pança, como também prefiro usar a lança da palavra, não contra moinhos de vento, mas contra as vacas sagradas que nos continuam a poluir. Não quero é abdicar daquele supremo direito da cidadania que é a liberdade de expressão, mesmo que continue a ter razão antes do tempo e que sofra alguns incómodos de vingativos salazarentos reciclados pela mentira. Neste sentido, julgo que seria uma ilusão tirar-se um bode expiatório da cena, mantendo os bastidores que o sustentam e os autores do guião de que ele é mero executante. Não vale a pena tratar as moscas com insecticida se permanecer, no ambiente, a fonte poluidora de que elas se alimentam.
Daily Archives: 21 de Agosto de 2007
O Estado à Procura do Político. Metodologias da Ciência Política
Começa a fazer-se luz sobre certa coincidência entre o apagão do CEPP e outro acaso. Descobri-o há minutos, com alguns anedóticos recortes. Com efeito, às 14 horas e 59 minutos enviei um SMS ao chefe de secretaria da minha escola, onde enunciava o seguinte: Meu caro. Seria possível avisar-me quando o meu último livro estiver impresso, dadas as actuais circunstâncias em que vivemos? Há alguns minutos, muitas horas depois, o funcionário comunica-me: Mas ele já saiu há duas semanas… E eu dei ordens para que o informassem… Claro que ninguém mo comunicou. Sou persona non grata para tais chefias. Com muito orgulho.
Sorri e compreendi. O editor é o ISCSP. E também há duas semanas deve ter acontecido o apagão. O livro é simples. Trata-se de uma parcela do meu relatório de agregação de há cerca de uma década. Por acaso, deve ser o primeiro relatório do género publicado em cem anos de escola. Repeti o que fiz para o relatório de professor associado, também pioneiro na minha escola. Porque os documentos que firmam provas académicas não devem ser endogamicamente clandestinos.
Também devo ser pioneiro nestes esquecimentos. Deve ter sido a primeira vez em que um meu editor se “esqueceu” de avisar este autor de uma publicação. Os leitores destas “Metodologias da Ciência Política” vão perceber a causa destas azáfamas dos mensageiros do editor. E, por isso mesmo, tentarei fazer um pequeno lançamento significativo. Como espero que o mesmo editor me indique se mantém o compromisso de editar o segundo volume, conforme foi solenemente prometido…
Foi no apagado CEPP que surgiu a primeira edição parcelar da obra.