A jangada de propaganda dos náufragos do rotativismo e os destroços arguidos de consciência tranquila

O centrão continua na caça às personalidades e às forças vivas, para efeitos de sedução eleitoral e de continuação do rotativismo, para que regeneradores e progressistas caiam na esparrela do João Franco, essa esquizofrenia geradora tanto do regicídio como do 5 de Outubro, coisas que não vão acontecer e que levarão a decadência a alongar-se até à queda final, numa cadeira ou numa banheira. Contudo, os holofotes mediáticos parecem preferir as portas do megatribunal, não por causa da inauguração do dito “campus”, mas pelos novos arguidos dos velhos casos…. Os sorrisinhos irónicos e o alívio triunfalista marcam mais uma entrevista de arguido à saída de nova voltinha do processual dilatório que nos destrói a separação de poderes, porque os José Alberto dos Reis disponíveis estão todos em presidentes das assembleias gerais e dos conselhos da sinecura. Aliás, todos os implicados, suspeitos e arguidos, todos têm a consciência tranquila, porque, dizem, não praticaram ilegalidades. Por mim, preocupa-me mais a “pantouflage” que deveríamos banir no plano deontológico. Porque, como diz Cícero, nem tudo o que é lícito é honesto… Entretanto, nosso primeiro diz não às cartilhas ideológicas. Prefere a ideologia do pragmatismo. Isto é, confirma que a dele, a de esquerda e socialista, volta para a gaveta donde nunca saiu a não ser para deleites da utopia e do colectivismo de seita. Assim se confirma como continuamos em deserto de pensamento, apenas tendo o fantasma de uma direita de saias. O leme está quebrado e vamos navegar à bolina, sem o GPS de uma ideia de Portugal e sem marinheiros que saibam ler as estrelas e ajustar a táctica a uma estratégia e, muito menos, a uma concepção do mundo e da vida. Vale-nos o minucioso estudo de uma consultadoria, discriminando os milhões que temos de desembolsar por causa da gripe porcina é delicioso em planeamentismo tecnocrático. Gostaria de aplicar esta tecnologia a erros políticos do passado. Já nem nos naufrágios somos dignos da nossa história trágico-marítima!

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