Salazar foi buscar republicanos viracasacas, maçons em quite, católicos, agnósticos, beatos e até o um fundador e secretário-geral do PCP (J. C. Rates) e todos nunca foram demais para o servir. Se é lícito dizer que ele foi maçon, também o poderemos qualificar como comunista, socialista, monárquico e republicano, bastava que malhasse à esquerda e à direita… Também o cavaquismo, na sua fase crepuscular, caiu na casca de banana de certo populismo, então de direita, sobre as declarações sobre os rendimentos dos titulares de casos políticos. Julgo que as figuaras que agora são arguidas ou suspeitas dessas imoralidades sociais deixou o mínimo de rasto na famosa declaração. Por outras palavras, o fraudulento é bem mais esperto do que todas as actividades dilatórias do processo legislativo. O mesmo podemos dizer sobre as actuais regras de financiamento dos partidos, dado que continua em vigor certa mentalidade herdada do absolutismo, para quem o detentor do poder está isento da própria norma que emite para os outros mortais e onde é norma tudo aquilo que ele diz… a aproveitamento eleitoralista… PS1: Saiu do prelo um esmagador livro de um doutorando sobre o esoterismo e o ti Botas. Recebi, há meses, do próprio autor, esse anúncio. Não o divulgo, obviamente. Apenas refiro o que imediatamente lhe comuniquei sobre as provas irrefutáveis. ” Lerei com muito gosto e algum sentido crítico. Primeiro, porque bastam uns textos de Pessoa para resolver o dilema. Segundo, porque nada nos arquivos maçónicos é secreto, nesse período. Terceiro, porque o Vaticano não dormia. Quarto, porque só indo aos templários, ou às irmandades corporativas medievais, poderíamos ter raiz comum. Quinto, porque basta ler o parecer da Câmara Corporativa sobre a lei de 1935. E eu até sei das conversas de AOS com Albino dos Reis sobre os irmãozinhos. E do que Bissaia deixou sobre a matéria. E o que a ti Baleia, minha velha vizinha de aldeola, contou sobre o namorico de AOS com a filha do respectivo patrão (…)”. Ainda não tive resposta à resposta. PS3: As intervenções de Fernanda Câncio nos debates da TVI são cada vez mais um revelador dos paradoxos de certo situacionismo. Ontem, e muito bem, ao debater o voto de congratulação parlamentar sobre a canonização de Frei Nuno de Santa Maria/D. Nuno Álvares Pereira, depois de dizer que santificações eram assunto interno da Igreja, logo acrescentou que votos destes feriam o laicismo constitucional, porque davam cobertura ao facto de uma cozinheira de Vila Franca ter ficado cega com óleo a ferver e, depois, ter-se curado por causa do beato… Como a qulificação de milagre é assunto interno da fé e da Igreja que o assume, não compreendemos como se feriu a lei da separação. Julgo que, se ainda estivesse vigente o regime da I República e se o presidente fosse o António José de Almeida, ele seria o primeiro a ir ao Vaticano associar-se ao acto, como o fez quando entregou o barrete ao núncio ou foi com os bispos à cerimónia do soldado desconhecido. E ninguém duvida que este ex-grão mestre do GOL tivesse pergaminhos de laicismo. Estes ateísmos elitistas são, de facto, os efectivos aliados do congreganismo catolaico. Espero que não venham a apresentar uma proposta, politicamente correcta, no sentido de eliminarmos as quinas e as chagas do símbolo nacional da república dos portugueses, porque elas são, inequivocamente, aexploração de um milagre tão falso, o de Ourique, que nem a Igreja Católica o reconheceu.
Abr
20