Jan 03

Honorárias

Um dos mil filhos de algo da honorária de Aníbal ainda há pouco conversava com um dos seus subs, integrante dos mil e tal da correspondente de Manel, ordenando-lhe não sei que léria: “grande chatice a nossa, compadre!”. Claro, chefe: “eles passam, nós é que ficamos…”. Até descobri o mesmo nome em duas. Um é o pai, o outro é o filho e este é neto de outro que, antes de eles o serem, já o era.

 

As brigadas do reumático de campanha cabem todas na mesma sala de espectáculo. Podia ser um concerto conjunto de mandatários de banda larga, para animar a malta, em procissão, mesmo sem “Te Deum” de música celestial.

Presidente candidato caiu na esparrela do BPN. Estamos a discutir a árvore e não a floresta. Aquilo dava uma excelente série de costumes sobre o capitalismo do cavaquistão. A última cena poderia ser o anúncio de Alegre em defesa do BPP, com um livro de um qualquer patrão a ser apresentado por um qualquer destes ministros socialistas. Nem é preciso fazer ficção, bastam imagens de arquivo…

Jan 03

Chegámos a novo tempo de Interregno

Presidente candidato caiu na esparrela do BPN. Estamos a discutir a árvore e não a floresta. Aquilo dava uma excelente série de costumes sobre o capitalismo do cavaquistão. A última cena poderia ser o anúncio de Alegre em defesa do BPP, com um livro de um qualquer patrão a ser apresentado por um qualquer destes ministros socialistas. Nem é preciso fazer ficção, bastam imagens de arquivo…

As brigadas do reumático de campanha cabem todas na mesma sala de espectáculo. Podia ser um concerto conjunto de mandatários de banda larga, para animar a malta, em procissão, mesmo sem “Te Deum” de música celestial

Um dos mil filhos de algo da honorária de Aníbal ainda há pouco conversava com um dos seus subs, integrante dos mil e tal da correspondente de Manel, ordenando-lhe não sei que léria: “grande chatice a nossa, compadre!”. Claro, chefe: “eles passam, nós é que ficamos…”. Até descobri o mesmo nome em duas. Um é o pai, o outro é o filho e este é neto de outro que, antes de eles o serem, já o era.

Na véspera da tragédia do 28 de Maio de 1926, um editorialista anónimo de jornal, que não era inimigo da democracia, definia o situacionismo apodrecido da 1ª República como uma ditadura da incompetência, dominada por bonzos e com muitos bailados de falsas alternativas, entre endireitas e canhotos. Subscrevo e repito.

Chegámos a novo tempo de Interregno. E, como diria o Mestre, “é a hora”. Que, “quanto mais ao povo a alma falta, mais minha alma atlântica se exalta”.

A nossa democracia está a perder o viço pelo indiferentismo e pela corrupção. Tem que ser reinventada e refundada. Basta contabilizar, somando os que estão a favor e os que estão contra. Todos juntos são bem menos do que os indiferentes. E todos sabem que quem manda efectivamente não são os candidatos nem os eleitos, mas os autores dos guiões que se escondem do palco.

Uma democracia não são votos. A ditadura que acabou em 1974 começou com votos em 1928, quando Carmona foi plebiscitado com muito mais sufrágios do que aqueles que receberam todos os partidos juntos nas eleições parlamentares de 1925. Em democracia pluralista, depois do voto em urna, há o voto permanente da cidadania e da participação.

O estado a que chegámos é uma desordem bem organizada. E os neofeudalismos da anarquia ordenada duram tempo demais, quando os injustiçados vão ao terreno do adversário e usam as armas que lhes são convenientes. Só através da guerrilha espiritual se pode indisciplinar a desordem que nos enjoa. Continuo a ser do contra o que está…

Democracia é aquele regime que permite golpes de Estado sem efusão de sangue, através da urna. Basta que na respectiva ranhura se introduza o adequado gesto do Zé Povinho, para que o voto volte a ser a arma do povo, derrubando os fundamentos da desordem instalada.

Primeiro dia útil do novo ano que nos é impostado. Já estamos mais pobres de pão, bem-estar e sonho. As redes de instalados que ocuparam a cidade mantém o quase monopólio da palavra que nos controla e resta-nos desobedecer por dentro, não cumprindo aquilo que os controleiros pensam que é o nosso destino.

Cavaco fez “um bom estágio para a recandidatura, sentado no andor do estadão, recoberto com o verniz do referencial de estabilidade, mas com os pés de pau de um dos principais causadores deste situacionismo decadentista” (JAM, J Negócios)

“O apoio do PS a Manuel Alegre tem esse significado: o de que Sócrates e o PS querem Cavaco a presidente. Não há quase nenhuma crítica ao actual presidente, há muitos consensos e um Cavaco Silva que se demarca da posição de decisor político e que coloca cada vez mais todas as coisas no plano da economia e da Europa: no plano metafísico. Isto traduz um país adiado” (JAM, DE)