Jan 11

Vou partir amanhã para Vanuatu. Para a ilha do Espírito Santo

Marinho Pinto, em dias pares, certas derivas vocabulares de José Sócrates, para os não-pares, ou uma hora de televisão por cabo com Hugo Chávez em directo, como vi há dias, cheiram a esclarecidos despotismos dos irmãos-inimigos do caruncho que estraga madeiras e a muitos outros micro-autoritarismos sub-estatais que por aí vão sendo cogumelos…

A democracia não serve para ficarmos a saber quem manda. Serve para controlarmos o poder dos que mandam. Mesmo que sejam democraticamente eleitos. Nem a democracia nos livra dos marqueses. Pior ainda quando embrulham o despótico na iluminação ou esclarecimento. Leiam Camilo sobre o perfil do mesmo!

Vou partir amanhã para Vanuatu. Para a ilha do Espírito Santo. Vou à procura do eborense Pedro Fernandes Queirós (1563-1615) que lhe deu nome (Terra Austrália do Espírito Santo), enganando-se. Se eu soubesse alguma coisa da poesia australiana, comentaria James Phillip McAuley (1917 -1976) e o seu livro “Captain Quiros” (Sydney, Angus & Robertson, 1964).

A segunda e última capicua perfeita do ano: dia 11 do mês 1 do ano 11…

Cena nº 1 da campanha presidencial: um dos reverendos, em missionologia, desembarca numa das ilhas de Vanuatu.

Cena nº 2: no dia seguinte é vítima de horroroso massacre. Consta que foi ao fundo. Não teria estudado adequada antropologia melanésia.

“A minha questão é esta: pretendo fundar um banco que se deve intitular: – Sociedade de Agricultura do Pinhal da Azambuja, – destinado a fomentar a pobreza do país, a ruína dos accionistas e a prosperidade dos directores. O nosso programa é simples: levantar o mais que puder e pagar o menos que for possível: ao cabo de ano e meio fugimos e os accionistas são metidos na cadeia.” (Viagem à Roda da Parvónia)

Guerra Junqueiro e Guilherme de Azevedo já tinham antecipado esta nossa querida real república da parvónia…pena não termos a mesma língua afiada…

“Na Parvónia, porem, não ha partidos que se digam conservadores; são todos progressistas, de sorte que a progressão do desenvolvimento politico-social é continua. Mas, como, pela ignorância dos nossos grandes homens e pelas circumstancias internacionaes, não se desenvolvem as industrias próprias, o crescimento progressivo dá-se unicamente na divida publica.”

… O único remédio possível seria pois chamar para a pasta da fazenda quem não tivesse a mais pequena noção de calculo. Simplício tem rasão.”

Já cheguei. E aqui deixo o mapa. Já arranjei ligação para assistir ao leilão das dez e meia desta globalização de casino.