Jan 04

As comadres e o quintal

Se a nossa política largasse as comadres e o quintal, sempre poderia comentar este desafio civilizacional: “En Chine, qui est le cinquième pays au monde dans le bonheur, le salaire moyen d’un Chinois est 10 % du smic et ils sont heureux.”

Corrupção é simplesmente um processo de compra do poder. Do poder em sentido amplo. De compra e venda também em sentido amplo. Não apenas com dinheiro. Mas sempre a um detentor de poder. Não se confunde com o que está plasmado nas leis penais. É como o “dopping”, está sempre adiantado mentalmente aos criadores de vírgulas…

 

Em 24 de Abril de 1998, na primeira tentativa de introdução em Portugal da “Transparency International” abordei directamente e nestes precisos termos a matéria da corrupção. O meu conceito é o do politólogo russo Serguei Kurguinian. Aqui deixo o rasto do texto:

Da falta de autenticidade ao processo de compra do poder

 

“Entre os processos normais de influência junto dos detentores do poder, levados a cabo pelos grupos de interesse e pelos grupos de pressão, há uma especial forma de pressão chamada corrupção, onde se influencia decisivamente o detentor de poder, utilizando formas de compra, directas ou indirectas, de maneira que o político desaparece ressurgindo o atavismo do doméstico, quando o Estado passa a ser gerido como se fosse uma casa, quando o príncipe volta a ser um dono ou um pai, esquecendo-se que deve obediência a formas de justiça distributiva e social e que, nos negócios públicos, não pode introduzir a privatização da justiça comutativa”.

 

Se alguma boa alma quiser amplas sugestões de investigação politológica quanto a matérias de privatização do público, poderemos começar por muitas zonas da própria universidade pública. Mas não aconselho a via, sobretudo para quem pretenda ser subsidiado… Bastava enumerar os grupos de interesse e os grupos de pressão…

 

Há valores. Há uma ampla maioria de pessoas que opta pelo ser em vez do ter, mas as minorias activas manipulam. Como se o PGR tivesse que estudar grupos de pressão e grupos de interesse…

 

É matéria para a ciência com coragem e disposta a pagar o preço dos homens livres, “livres da finança e dos partidos”, como era lema de uma revista de 1925, federando seareiros e integralistas…Não chegou a tempo de evitar o bloqueio da ditadura…

 

Infelizmente, até houve seareiros e integralistas que entraram no desespero de apoio à ditadura semeada pelas forças armadas que, tambem felizmente, nos devolveram a liberdade quando regressaram aos quartéis, depois do 25 de Novembro de 1975

Jan 04

Corrupção

Corrupção é simplesmente um processo de compra de poder. Do poder em sentido amplo. De compra e venda também em sentido amplo. Não apenas com dinheiro. Mas sempre a um detentor de poder. Não se confunde com o que está plasmado nas leis penais. É como o “dopping”, está sempre adiantado mentalmente aos criadores de vírgulas…Em 24 de Abril de 1998, na primeira tentativa de introdução em Portugal da “Transparency International” abordei directamente e nestes precisos termos a matéria da corrupção. O meu conceito é o do politólogo russo Serguei Kurguinian. Porque, entre os processos normais de influência junto dos detentores do poder, levados a cabo pelos grupos de interesse e pelos grupos de pressão, há uma especial forma de pressão chamada corrupção, onde se influencia decisivamente o detentor de poder, utilizando formas de compra, directas ou indirectas, de maneira que o político desaparece ressurgindo o atavismo do doméstico, quando o Estado passa a ser gerido como se fosse uma casa, quando o príncipe volta a ser um dono ou um pai, esquecendo-se que deve obediência a formas de justiça distributiva e social e que, nos negócios públicos, não pode introduzir a privatização da justiça comutativa”. Se alguma boa alma quiser amplas sugestões de investigação politológica quanto a matérias de privatização do público, poderemos começar por muitas zonas da própria universidade pública. Mas não aconselho a via, sobretudo para quem pretenda ser subsidiado… Bastava enumerar os grupos de interesse e os grupos de pressão… Há valores. Há uma ampla maioria de pessoas que opta pelo ser em vez do ter, mas as minorias activas manipulam. Como se o PGR tivesse que estudar grupos de pressão e grupos de interesse… É matéria para a ciência com coragem e disposta a pagar o preço dos homens livres, “livres da finança e dos partidos”, como era lema de uma revista de 1925, federando seareiros e integralistas…Não chegou a tempo de evitar o bloqueio da ditadura… Infelizmente, até houve seareiros e integralistas que entraram no desespero de apoio à ditadura semeada pelas forças armadas que, tambem felizmente, nos devolveram a liberdade quando regressaram aos quartéis, depois do 25 de Novembro de 1975

Jan 04

Se a nossa política largasse as comadres e o quintal

Em 24 de Abril de 1998, na primeira tentativa de introdução em Portugal da “Transparency International” abordei directamente e nestes precisos termos a matéria da corrupção. O meu conceito é o do politólogo russo Serguei Kurguinian. Aqui deixo o rasto do texto:

Da falta de autenticidade ao processo de compra do poder

Corrupção é simplesmente um processo de compra do poder. Do poder em sentido amplo. De compra e venda também em sentido amplo. Não apenas com dinheiro. Mas sempre a um detentor de poder. Não se confunde com o que está plasmado nas leis penais. É como o “dopping”, está sempre adiantado mentalmente aos criadores de vírgulas…

Se a nossa política largasse as comadres e o quintal, sempre poderia comentar este desafio civilizacional: “En Chine, qui est le cinquième pays au monde dans le bonheur, le salaire moyen d’un Chinois est 10 % du smic et ils sont heureux.”

Neste nosso tempo de candidatos lúcidos, vale a pena a lucidez de um candidato ingénuo! Isto só lá iria, como aqui disse, com um tsunami de cidadania. De outra maneira, há que continuar a procurar Portugal fora de Portugal. E até podemos recomeçar pela Papua.

Entre o fundamentalismo de esquerda e o de direita, venha o diabo e escolha. Basta não seguir o catecismo para que o pingalim nos mande destrocar os passos do pretenso senhor que gosta de dar tiros no pé. Qualquer dia, quem disser que há corrupção ainda pode ser acusado de corrupto, para que manifestos corruptos continuem a ser eleitos e reeleitos.