Em 24 de Abril de 1998, na primeira tentativa de introdução em Portugal da “Transparency International” abordei directamente e nestes precisos termos a matéria da corrupção. O meu conceito é o do politólogo russo Serguei Kurguinian. Aqui deixo o rasto do texto:
Da falta de autenticidade ao processo de compra do poder
Corrupção é simplesmente um processo de compra do poder. Do poder em sentido amplo. De compra e venda também em sentido amplo. Não apenas com dinheiro. Mas sempre a um detentor de poder. Não se confunde com o que está plasmado nas leis penais. É como o “dopping”, está sempre adiantado mentalmente aos criadores de vírgulas…
Se a nossa política largasse as comadres e o quintal, sempre poderia comentar este desafio civilizacional: “En Chine, qui est le cinquième pays au monde dans le bonheur, le salaire moyen d’un Chinois est 10 % du smic et ils sont heureux.”
Neste nosso tempo de candidatos lúcidos, vale a pena a lucidez de um candidato ingénuo! Isto só lá iria, como aqui disse, com um tsunami de cidadania. De outra maneira, há que continuar a procurar Portugal fora de Portugal. E até podemos recomeçar pela Papua.
Entre o fundamentalismo de esquerda e o de direita, venha o diabo e escolha. Basta não seguir o catecismo para que o pingalim nos mande destrocar os passos do pretenso senhor que gosta de dar tiros no pé. Qualquer dia, quem disser que há corrupção ainda pode ser acusado de corrupto, para que manifestos corruptos continuem a ser eleitos e reeleitos.