QUEM MANDA? PORQUÊ? E COMO?
Por José Adelino Maltez
Quando nos resignamos com a falta de alternativas, face à ordem exógena importada, podemos agravar a anomia. A tal situação onde não existem leis nem regras, mesmo que existam muitas e muitas, para serem confusas, contraditórias ou ineficazes. Isto é, se o grupo ainda permanece, corremos o risco de não haver mais solidariedade entre os indivíduos, que perdem sistemas de apoio e pontos de referência, isto é, a memória e a identidade. Até não falta a presente hiper-informação, onde nos embebedam de propaganda que não parece propaganda e tentam controlar-nos pela “agenda setting”, para que as árvores e os ramos de árvore não nos deixem ver a floresta. Daí não se tornar visível o sistema hierárquico dos efectivos donos do poder, com níveis de concentracionarismo sucessivamente crescentes. Também no Congresso do PSD, ao separar-se o poder governativo do poder partidário, ficámos sem saber dos vértices e das respostas visíveis para “Who rules? Why? How?”. Porque a montra da teatrocracia deixou de corresponder aos movimentadores da ”revolução tranquila” (um lema que vem do Quebeque, de há 50 anos). Um pouco como a “força tranquila” de Mitterrand, onde só é novo aquilo que se esqueceu. Não tarda que Seguro possa responder com “Tant qu’il aura un coeur il batera à gauche”. Quem quer correr a maratona, não pode untar-se de sebo nem tomar estricnina. Mesmo que tenha a convicção de morrer tentando, como Francisco Lázaro, em 1912, com receita inadequada para o desafio.
No DN