“O Ministério das Finanças esclarece que entende não existirem quaisquer incompatibilidades ou conflitos de interesses entre este cargo e as funções de consultoria”. Gosto do esclareço que entendo. Aliás, todos os cargos ministeriais deveriam ser em “a tempo parcial” com qualquer outra consultoria. Até podiam mudar as sedes da soberania para os consultórios. De uma qualquer clínica supranacional. Eu também esclareço que entendo. Ainda hei-de ver certos ministros como caixas de supermercado. Em consultoria.
Esclareço que entendo devermos mudar imediatamente o estado a que chegámos. Mesmo antes de mais uma comissão parlamentar de inquérito a consultorias.
Sou tão liberal que exijo os mínimos de supremacia do poder político sobre o poder económico.
As repúblicas dos bananas são apenas na banda desenhada.
Detesto o Estado-Partido, o Estado dos Partidos e, por maioria de razão, o Estado das Forças Vivas. Incluindo as versões banco-burocráticas.
Democracia não é oligarquia. E, muito menos, plutocracia. Nacional, ou multinacional.
Um reformou mais, desde que lá está, que toda a pátria em quase novecentos anos; o outro que é o mais descentralizador de todos; e um terceiro sente que o que está a fazer incomoda. Eu só sei que nada sei, mas mesmo assim sou capaz de saber que os que dizem saber apenas manifestam que não sabem. O parvo continuo a ser eu e todos os que lhes pagam, à força, para tanta prosápia.
Desculpem esta meditação multinacional e com pitadas de geofinança sobre o estado a que chegámos. Imagem de 1907, com forças vivas, armazém de vinhos e casa de câmbio. Na altura, já estávamos sob os efeitos da bancarrota, os adiantamentos à casa real, etc., mas havia muita alegria no trabalho, ainda sem FNAT e serões para trabalhadores.
Os meus avós andavam na Revolta do Grelo, misturando memórias da Patuleia com misticismo carbonário. Ainda usaram a sacholada em 1936-1938. Depois, foram para o desterro. Uns, cá dentro.