Ontem, na RTP, num comentário à entrevista de Passos Coelho, reconheci que ele não foi hipócrita, quando reconheceu uma situação de emergência nacional que não foi ultrapassada, mas também não disse a verdade, ao declarar que “não darei más notícias que são evitáveis”. A maior parte dos factores de poder já não são controláveis pelo governo, pelo partido maioritário e até pelo parlamento.
O nosso primeiro-ministro é bom aluno de dois super-estados (FMI e UE) que estão interessados em que sejamos bons alunos, que tenha êxito esta governança sem governo, cada vez em regime de piolotagem automática. Só que falta a mobilização da república ou comunidade e poderemos entrar em anomia, mesmo que há bons padrões de gestão do estado-aparelho de poder. Pode deixar de haver portugueses, enquanto cidadãos individuais, enquanto autonomia da sociedade civil e enquanto empresas.