Mar 30

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No comboio descendente, lendo os bailados comunicativos dos semanários da partidocracia capitaleira, onde os situacionistas continuam a fingir dinamismo, só porque são oposição à oposição, nesses cansativos passos de dança do rotativismo devorista.

Ao contrário do que diz a CiA, o maior grupo de pressão em Portugal é aquele que não parece grupo de pressão. Em segundo lugar vêm aqueles que apenas são federações de grupos de pressão e de grupos de interesse, visando a conquista do poder. De qualquer maneira, a CIA já não é por cá um influente grupo de pressão. Dependia do seu rival, o KGB.

Ontem, um pasteleiro dos Olivais, acompanhando o filho num desses concursos dos milhões televisivos, mostrava um livro que tinha publicado sobre as suas memórias transmontanas. Não consta que se esteja a candidatar a presidente da república, apesar de ter levado claque. Mas em menos de trinta segundos mostrou garra. Ainda pode levar o meu voto. Em nome dos pastéis de Belém.

O parlamento nacional sabe lidar tão bem com a diferença que até vamos lendo notícias destas, confirmando que o memorando com a troika é superior à primeira palavra da letra constitucional:

Quem está pelo 5 de Outubro e pelo 1º de Dezembro não é patriota, segundo o memorando da troika. Será que o Parlamento nos vai levar a isto? Espero que não..

Os troikados, que são os da maioria, juntamente com os da abstenção que, nessa posição, julgam que votam simultaneamente a favor e contra, querem tomar-nos por parvos, proclamando que os restantes são irredentistas. Infelizmente, nem sequer estão do lado certo da história. Apenas escolheram não ter história, como se os trocos tivessem a ver alguma coisa com a essência de um povo. Não vou esquecer. Quando voltarem a estar aflitos, chamem o Álvaro! Nisso sou irredentista. Nem para a junta de freguesia podem contar comigo.

O situacionismo do caracol sempre foi uma ampla coligação entre a esquerda moderna e a direita dos interesses, com a habitual disputa entre os irmãos inimigos do velho rotativismo devorista.